sábado, 6 de junho de 2015

O admirável mundo do ERRO

Desconheço quando, onde e porque aconteceu o meu momento, único, irrepetível, pessoal e intransmissível. Só meu.
Num mundo extraordinário, onde as leis da concorrência, a regulamentação competitiva e a exatidão matemática não observam nenhuma norma estabelecida, ele aconteceu.
Num caminho de direção única e de sentidos opostos, nesse mundo, extraordinário, de onde venho, dois desconhecidos, homologaram uma relação para a vida, subvertendo a matemática e a gramática conhecidas. Unidos, puderam dizer de modo determinado e confiante, o nós, sou eu e, um, dois, três, quatro ou, até cinco, podem ser a soma de uma mesma adição.
Emancipação, autonomia, vida, nova vida, nesse mundo, extraordinário, de onde venho, e, de onde, num golpe, treinado, de uma qualquer mão, numa cisão, corte, me roubaram.
Chorei, gritei, senti pânico e acalmei, quando me aproximaram da sua atmosfera, desse mundo, extraordinário, onde o oxigénio existe em estado líquido e o inverno não se distingue da primavera.
Emancipação, autonomia, vida, nova vida. Num segundo momento, eu, num novo mundo, onde o oxigénio existe em estado gasoso e o inverno se distingue da primavera, novamente, único, irrepetível, pessoal e intransmissível. Só meu.
Voltei a chorar, a gritar, a sentir intranquilidade e a paz do abraço atmosférico desse mundo, extraordinário, de onde venho.
Neste mundo, novo mundo, estudei Matemática, gramática, Economia, Filosofia e Astronomia. Aprendi rudimentos, vivi novos momentos, repetidos, partilhados, gratificantes, gratificados. Vivi. Vivo, neste mundo, novo mundo, emancipado, onde, ainda choro, rio, abraço, sou abraçado, pela vida, iniciada, num momento, desconhecido, já longínquo, mas recordado, onde o erro, hoje, ainda hoje, é apaixonadamente procurado.

À vida.



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