quarta-feira, 15 de abril de 2015

Ausência

“ Desculpe-me a presunção, toda a vida achei que o silêncio tem cor, cheiro, temperatura, gosto, e, por isso, o que gostava mesmo era de ser o silêncio que fica.”
In Diário de um Psiquiatra, Revista do Expresso, 11.abril.2015

Recordamos momentos, vivências, alegrias, euforias/evocamos tempos/vividos, experienciados, conhecidos, consumidos./ Vivemos o tempo/presente, legado, subsequente, condicionado/por ele/já ausente, esgotado/tão presente, porque lembrado./ Somos nós, animados, desanimados, sós, acompanhados/somos nós, presentes, ausentes, ruidosos, calados/interventivos, passivos, somos nós./ Carregamos memórias, histórias, vitórias/derrotas./ Somos nós/hoje/resgatados, altivos, vergados/roubados ao tempo, ausente/determinante, tão presente./ Somos nós/hoje/ maduros, privilegiados/porque, mesmo sós, estamos sempre acompanhados.

À Avó Leopoldina/ Ao(s) silêncio(s) que fica(m)


Ausência - Jorge Ventura 

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Omnipresença

Evocamos momentos, acontecimentos, eventos.
Comemoramos, confraternizamos, viajamos.
Existimos.
Porque pensamos?
Porque amamos?
Existimos porque estamos e somos, presentes, omnipresentes.
Simulamos fugas, ausências, desencontros, esquecimentos. Tentamos.
Julgamo-nos ausentes. Qual dolorosa presença, omnipresença.
Existimos.
Porque pensamos?
Porque amamos?
Erro?, Ilusão?, obviamente, não.
Tentamos, num processo de abstração, separar as ideias dos objetos, das pessoas, de nós. Tentamos fugir. Tentamos negar, tentamos esquecer, esquecendo que o esquecimento eterniza a presença.