Aproxima-se
um tempo de decisão, de privilégio, de ilusão.
Antes,
repetem-se convicções, promessas, ilusões. Antecipam-se ações, decisões,
conclusões.
Captura-se
o futuro. Invoca-se o amanhã, evocando, recorrente e constantemente o ontem.
Denunciam-se
estratégias, presumidas, conhecidas, partilhadas, camufladas. Enunciam-se
interesses, conjugando altruísmo, transparência e competência com o nós,
reservando a conjugação do egoísmo, opacidade e incompetência, para o eles.
Confundem-se
conceitos e subvertem-se preceitos.
Triste,
triste teatro nos é dado a assistir.
Ouço,
neste tempo, que antecede o outro, de decisão, de privilégio, de ilusão, doutos
protagonistas, confundirem, de modo grosseiro e escandaloso, a noção de estado,
de nação, de centro, de decisão, com consequências nefastas para a correta
participação e efetivação do privilégio de ser e pertencer a este estado,
nação, que, não obstante os erros, deve ambicionar a consecução de politicas e decisões
que traduzam a razão de ser o conjunto solução da equação cuja variável não
pode ignorar a nobreza adstrita a cada cidadão.
Amanhã,
amanhã serei cidadão
Terei identidade,
número, cartão
Estou convocado,
ouvir-se-á o meu nome
Terei poder,
direito, razão
Amanhã,
amanhã serei cidadão
Serei nobre,
mesmo sendo pobre
Igual,
com identidade, número, cartão
Terei poder,
de voto, de decisão
Depois,
depois não
Terei identidade,
número, cartão
Terei
direitos, deveres, opinião
Não
estarei convocado, serei afastado, haverá proteção
Depois,
depois não
Sendo
pobre, serei nobre, povo
Diferente,
sem rosto, expressão
Não terei
poder, de voto, decisão
Amanhã
e depois – Jorge Ventura
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