sábado, 26 de setembro de 2015

Vulgaridades

Aproxima-se um tempo de decisão, de privilégio, de ilusão.
Antes, repetem-se convicções, promessas, ilusões. Antecipam-se ações, decisões, conclusões.
Captura-se o futuro. Invoca-se o amanhã, evocando, recorrente e constantemente o ontem.
Denunciam-se estratégias, presumidas, conhecidas, partilhadas, camufladas. Enunciam-se interesses, conjugando altruísmo, transparência e competência com o nós, reservando a conjugação do egoísmo, opacidade e incompetência, para o eles.
Confundem-se conceitos e subvertem-se preceitos.
Triste, triste teatro nos é dado a assistir.
Ouço, neste tempo, que antecede o outro, de decisão, de privilégio, de ilusão, doutos protagonistas, confundirem, de modo grosseiro e escandaloso, a noção de estado, de nação, de centro, de decisão, com consequências nefastas para a correta participação e efetivação do privilégio de ser e pertencer a este estado, nação, que, não obstante os erros, deve ambicionar a consecução de politicas e decisões que traduzam a razão de ser o conjunto solução da equação cuja variável não pode ignorar a nobreza adstrita a cada cidadão.


Amanhã, amanhã serei cidadão
Terei identidade, número, cartão
Estou convocado, ouvir-se-á o meu nome
Terei poder, direito, razão

Amanhã, amanhã serei cidadão
Serei nobre, mesmo sendo pobre
Igual, com identidade, número, cartão
Terei poder, de voto, de decisão

Depois, depois não
Terei identidade, número, cartão
Terei direitos, deveres, opinião
Não estarei convocado, serei afastado, haverá proteção

Depois, depois não
Sendo pobre, serei nobre, povo
Diferente, sem rosto, expressão
Não terei poder, de voto, decisão

Amanhã e depois – Jorge Ventura







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