domingo, 31 de maio de 2015

Obrigado

Regresso a outubro de 1976, a uma manhã como outras, onde, acompanhado, protegido, asseado, humildemente asseado, de mochila aos ombros, na qual um cão, um caçador e uma espingarda, tatuados num plástico de má qualidade, que revestia o papelão de que era estruturada, descobri mais tarde, que me acompanhariam, num vai e vem, diário, tranquilo, despreocupado, modesto, iniciava um percurso, de responsabilidade, sucessos, insucessos, vitórias, derrotas, de vida.
Aldina, Professora Aldina, figura austera, distante, fria, também próxima, meiga, maternal, num paradoxo alicerçado na missão, nobre missão, atriz, num palco, estrado, vazio, desprovido de cor, adereços, ficção, onde dia após dia, se ensinava, aprendia, ria, chorava, sentia, medo, proteção, ilusão, frustração.
Aldina, professora Aldina, tantas vezes reconhecida, ignorada, louvada, esquecida, mas sempre, responsável, corresponsável, comprometida e, por mim, por tantos, sempre lembrada.
Aos meus professores.


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